CELO

Colori: Boa Tarde a todos!
Temos o prazer de receber hoje em nosso estúdio umas das maiores figuras da história do Colori. Celo! Como foi o início da sua carreira no futebol? Por quais clubes passou? Como veio parar no Colori?
Celo: Boa tarde a todos, é um prazer conversar com a família Coloriana. Bem, eu sempre fui ligado a esportes desde pequeno, meu irmão e eu disputávamos jogos em casa, até olimpíada! Mas o futebol sempre foi minha paixão, pena que minha técnica nunca foi tão refinada a ponto de pessoas acreditarem no meu futebol, então eu sobrevivi aprendendo a usar o corpo (bem pesado) e não errar passes, finalizações, lançamentos e etc. No começo fui goleiro, e aos 11 anos comecei a preferir jogar na linha no futebol de salão da escola, aí me destacava em alguns lugares, em outros nem tanto, mas fiquei sendo jogador de linha fazendo algumas aparições no gol em rachas ou campeonatos de veteranos e ajudas nos times que joguei e precisavam de goleiros tampões.
Joguei no Fantástico (salão), Gerdy Gomes (campo), Vila Miséria (campo), Ávilas (campo), Napoli (campo), Lazio (salão) melhor fase da carreira, Ponte Preta (society), Omit (campo), Gardenal (salão), Gold Boys (salão), Yogurt (CDM), Expressinho (CDM), Eletric (campo), joguei em outros times por pouco tempo cheguei até ser camisa 10, mas nunca desfrutei de prestígio, apenas no Omit e Gardenal do lado de grandes amigos Leke, Mosquito, Fê e Murilo.
No Eletric fiquei 3 jogos seguidos sem entrar, o treinador era péssimo e destruiu um bom time que na época tinha a base de hoje do Colori. Aí o Murilo entrou no Colori e me convidou a ir, aceitei e cheguei no time, superei a desconfiança de atletas que lá já estavam, e também a maior cara de nojo que já vi na história (treinador Sócrates) e continuei lutando para tentar fazer parte de um grande time. Hoje acho que sou colega de todos, tenho respeito e tento ser uma espécie de capitão que consegui falar com todos. Não me sinto um ídolo, nem um jogador diferenciado no elenco, mas sei que futebol não é apenas técnica (como diz o fantástico jogador Tostão), então acho que às vezes posso ajudar mesmo pesado e em fim de carreira.

Colori: O que te fez ficar no Colori?
Celo: Eu respeito muito o presidente e treinador (nojento) Sócrates. É um cara que aprendi a admirar pela sua vida e forte opinião aliado com muita inteligência. Teve um momento que desisti de jogar no Colori e de jogar com alguns jogadores de lá, mas percebi que não devo me privar de jogar e me divertir apenas por besteiras ou só querer ganhar, esporte não é isso, ele é uma competição onde você deve vencer o adversário mais difícil de todos: você mesmo.

C: Pensou em desistir? Você é Conselheiro a quase dois anos e... Até onde sabemos, um dos pontos de equilíbrio do clube. Que história é essa de desistir?
C: É esquisito isto, acho que ninguém quer a bucha de ser conselheiro, por isso estou a 2 anos. Não sou ponto de equilíbrio, sou alguém que quer paz entre todos, que coloca o Colori em primeiro lugar, e depois meus pontos de vista. Mas confesso que desisti, quando vi que não era ouvido, que não tinha tempo de quadra para mudar resultados, e quando não tinha motivação para mudar isto.
 Nesta semana descobri que para conseguirmos algumas mudanças precisamos desistir de algo. Ou seja, quando se está na frente do abismo, progresso é dar um passo para trás. Isto mostra equilíbrio.

C: O que é o Colori?
C: Infelizmente o Colori é o consultório psiquiátrico de muitos jogadores. Lá colocamos para fora aquilo que estamos vivendo que não agüentamos mais. Felizmente já conquistamos um bom nome na liga, com muitos escorregões, então conseguimos participar de torneios e campeonatos.
Hoje tenho receio que o Colori seja apenas um “João Bobo” que apanha e fica sorrindo e não chega a lugar nenhum. Nós tentamos de tudo, craques, organização e planejamento, mas sempre alguns encontram uma “força reprimida” que atrapalha o caminho do time.
O Mundo não pode ser mudado por força, guerras ou apenas sonhos. Ele deve ser mudado a partir de dentro de cada pessoa, só assim é possível fazer o Mundo do Colori ser vencedor, mesmo tendo um time cheio de “perdedores na vida”.
Faço parte destas palavras e luto constantemente para continuar tendo este ponto de vista.

C: Em Guaianases, não sabemos "por qual motivo", competir é muito dificil.
Os times são baseados em amigos e com raríssimas exceções, todas no futebol de campo, não há equipes fortes que representem o bairro nas grandes competições de Society e Salão... Você considera que a equipe já chegou a esse nível? Se a resposta é não, está muito longe? O que nos falta?
C: Acho que já representamos Guaianases muito bem. Mas falta postura de vencedor, de time que não importa aonde chegar vai vencer os 2 quadros. Não sei como conquistar esta postura, só sei que passa por levar todos os craques para ter muito talento em campo e ficar de bem com o “futebol arte”.

C: No ano passado você conseguiu um espaço maior. Mostrou bom futebol e é um dos jogadores mais polivalentes da equipe. O treinador Sócrates têm o escalado como volante, protegendo a defesa. É sua melhor função? Onde se sente melhor?
C: Eu não sei qual minha melhor função, hoje não estou bem fisicamente, fica difícil defender bem como sempre fiz, mas gosto de ter liberdade de chegar ao ataque, tenho visão de jogo e dos buracos do time adversário, então preciso estar livre para ajudar. Não tenho posição específica, quero ajudar.

C: Qual foi sua maior alegria com a camisa do Colori?
C: O jogo que perdemos o Fê no início do jogo e não tínhamos reservas, jogamos com cinco e conseguimos virar um jogo quase impossível. Esta vitória foi marcante para a conquista do Sindicato em 2009.

C: E sua maior tristeza?
C: Um jogo na ArtGol que entrei bem no final, mas o time foi eliminado. Se tivesse jogado mais tenho certeza que poderia ter mudado as coisas. Não me lembro qual competição.

C: Quais os seus projetos para este ano?
C: Eu me preparei para fazer pelo menos um gol por jogo! Acho que assim a equipe fica mais forte, com jogadores individualmente bem.

C: Sei lá... Ser campeão, ser artilheiro...?
C: Ganhar a liga sempre foi meu sonho. Acho fantástico visitar equipes todo fim de semana e sair com vitórias, com moral, gols. Prefiro ser aquele jogador que sai de quadra sem fazer gol ou lindos dribles, mas que o adversário considere como o homem do jogo, vem te dizer “ caramba você joga bola em gordinho”. Mas com certeza ver o Colori bem já é maravilhoso.

C: Você, como empresário, trouxe o bom "Andrézinho" que não se firmou, tentou trazer um meia que não deu certo. Em contrapartida, todos os que lá estão, recebem seu apoio de modo fundamental... Como é ser atleta, diretor e "psicólogo"?
C: Confesso que alguns momentos é difícil. Quando alguém está mau na partida, eu gostaria de estar na cabeça do cara para dizer “calma daqui a pouco melhora”, mas não dá e os jogadores ficam nervosos, arrumam confusão e como sempre o Colori que perde. Outra coisa complicada é que o time sempre espera de você jogar bem, não errar, ter sempre a melhor atitude, e isto não é fácil todos nós temos dificuldades, mas o jogo de futebol é um bom lugar tratamento.

C: E essa contratação, vem ou falta grana nos cofres do Colori para bancar?
C: Estou muito preocupado em trazer novos atletas. Hoje o time vive uma fase de ciúmes de qualquer novo jogador que chega. Depois começam as insinuações que estes só aparecem jogos perto e fáceis. Mas estou repensando, e talvez chegue alguém por aí.

C: Seu contrato vai até 2022 e com multa rescisória de 5 Milhões. Apareceram sondagens após a renovação contratual?
C: O futebol de salão sempre me encantou, gostaria de jogar mais um pouquinho neste meio. Mas sondagens não acontecem há um bom tempo, a última foi do Guardiola, ele queria um pivô de referência no Barcelona, mas não tive dúvidas em continuar no projeto do Colori.

C: Quais Jogadores e/ou Diretores você tem mais afinidade e porque?
C: Eu conheço o Aranha e o Fernando desde muito jovem, 7 anos. Estes caras fazem parte da minha vida, não só no futebol. Sempre admirei os dois e joguei junto com eles. O Mura “Nakamura” vi nascer e hoje somos irmãos. O Jefferson é meu amigo desde os 17 anos. Aí o Sócrates se tornou psicólogo e grande conversador de futebol. Mas gostaria de expressar meu respeito e admiração por todos do Colori, tenho estreitado relações de carinho e futebol com todos, espero que isto dure por toda a vida.

C: Este ano dividimos os quadros. Dá pra notar alguma repercussão imediata? Qual?
C: Todos querem jogar, mas ninguém quer se sentir do “segundo” ou a responsa do “primeiro”. Não vejo o time preparado para esta divisão, não temos este perfil, sempre vão acontecer repercussões negativas. Mas vejo que alguns que chegaram já tem o Colori como seu time, e outros atletas tem conseguido jogar melhor jogando apenas um jogo, isto é fundamental num campeonato de pontos corridos como a liga, só que ainda não deu certo do ponto de vista de vitórias e equilíbrio.

C: Na prancheta você é titular absoluto! O que acha dessa coisa maluca de anotar passes errados e etc?
C: Acho bacana, informações para histórico de jogadores e tal, isto em equipes profissionais é fascinante, mas na várzea e visto como coisa de “nerd”. Já no Colori, no intervalo, eu vou em cada jogador e mostro as marcações, talvez isto ajude a tentar fazer a jogada mais rápido, mais fácil. Uma coisa é certeza, na prancheta o Celo é campeão.

C: E o projeto do Estádio do Colori (Orange Ball), como anda?
C: Temos que pensar grande, tem clube profissional de 100 anos que joga em estádio público. Na Europa Milan e O Inter não tem estádio. Devemos e podemos ter nosso Orange Ball ou o CDM (Colori di Mare).

C: Seu clube do Coração é o Palmeiras, certo? Qual seu Palmeiras ideal?
C: Marcos, Arce, Djalma Santos, Luis Pereira, Junior, Ademir da Guia, Zinho, Alex, Rivaldo, Leivinha e Julinho Botelho.

C: Você também é técnico, quando não está do lado do campo, está sempre conversando com o Sócrates a respeito de escalação, posicionamento e etc... Você acha que os "de fora" o vê como um influenciador? E seu treinador? É facilmente influenciado?
C: Eles acham que aquilo que eu falo o treinador ouve. Me respeitam por entender de futebol, exemplo é o André que faz o que pede. Já o treinador não é tão fácil de mudar de opinião, isto é normal no Brasil todo mundo entende um pouco de futebol. Mas acho importante ter convicções sobre jogadores, times e tal, o que não pode é ter só esta opinião. Como diz o cantor “eu prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela opinião formada sobre tudo”.

C: E essa seleção do Mano Menezes? É a ideal? Quais seriam seus 11 titulares, hoje, vestindo a amarelinha?
C: O Mano tem um perfil fantástico como treinador. Seu pecado e na parte de bolas paradas. Acho que a seleção brasileira pode ser o time mais bem treinado do mundo, desde que copie aquilo que é feito no vôlei, aonde o Brasil de Bernardinho não se cansa de ser o melhor, com estatísticas, estudos individuais de atletas e tal.
Felipe, Daniel Alves, Thiago Silva, Lucio, Andre Santos, Elias, Elano, Ganso, Neymar, Pato, Nilmar.

C: Já que você tem atuado como volante, nos diga qual o maior volantes da história, na tua concepção!
C: Eu vi muitos caras feras: Cesar Sampaio, Dunga, Junior (fim de carreira no Fla), Rincón, Makelele, Vieira, Pirlo, Gattuso, Frings, Xavi, Toninho Cerezo, Mineiro, Josué entre outros. Mas fico com Fred Rincón, o cara sabia usar o corpo, usar sua habilidade e chutava com os dois pés, além de intimidar adversários, DEPOIS DE MIM O MELHOR.

C: Acho que o melhor volante é o Gattuso, não?
C: É uma questão interessante, considero ele um dos melhores hoje, mas em decadência.

C: E o Pior volante do Brasil?
C: Felipe Melo, um lixo.

C: E Do Mundo?
C: Lass Diarra, não acerta um passe mesmo sendo um Galáctico.

C: E o pior brasileiro do mundo?
C: Taddei em disputa com Felipe Melo.

C: Na atualidade:
O melhor jogador brasileiro no Brasil ?
C: Disparado: Neymar, fantástico.

C: O melhor jogador brasileiro fora do país?
C: Daniel Alves.

C: O melhor "gringo" do mundo?
C: Lionel Messi, o melhor jogador do planeta.

C: Vamos a um bate-bola rápido?
C: Sim!

C: Futebol é?
C: Um presente de Deus, assim como as artes, ciências, amor.
C: Um Livro:
C: Bíblia, Crônicas de Nárnia, Insight.
C: Um Filme:
C: Amistad.
C: Uma música:
C: Os homens e seus espelhos mágicos (Oficina G3)
C: Quem é o Celo?
C: Alguém em construção, que não aceita tudo como é, mas com muitos defeitos. Extremamente amigo e alegre.
C: Um rango:
C: Arroz, feijão e bife feitos na hora...
C: Uma jogada:
C: Uma matada no peito e giro com bola na trave contra os Primus em 2009, muito legal.
C: Ser o camisa 81 é:
C: Ter um número que diferencie cada jogador no time, eu posso ser lembrado como o Gordão nº 81!
C: Um desenho animado:
C: Dragonball
C: Um grande drible:
C: Um elástico na Art Gol num cara que me chamou de gordo, pode isto!
C: Um comandante:
C: Meu pai.
C: Uma grande jogada:
C: O chute na final do sindicato no ano passado, que curva!
C: Um vício:
C: Café com leite.
C: Uma vergonha:
C: Os WO’s do Colori.
C: Seu maior gol com a camisa do Colori:
C: Não tenho um em especial, gosto da lembrança deles.

C: Celão,
Antes do fim, por gentileza, deixe-nos uma mensagem. Aos jogadores, à fanática da Fúria Laranja, aos fãs, aos não-fãs, enfim, aos que acompanham direta ou indiretamente o Colori.
C: Carta aberta ao Colori:
Aos jogadores, deixo minha experiência e disposição para juntos formarmos um grande time.
À Fúria Laranja, não desista nunca, não pare de lutar porque somente aos perseverantes é reservada a glória.
Aos Fãs, meus ou do Colori? Bem acreditem que sempre quero o melhor, as vezes falando demais e jogando de menos ou no milagre de jogar bem e falar pouco.
Ao não Fãs, vocês terão que engolir o Colori, isto mesmo nós vamos chegar lá.
Para todos do Colori um grande abraço e beijo no coração, vocês já são parte de minha vida. Corramos juntos e com certeza iremos mais longe.
Abraço do Gordão.

C: Muito Obrigado Marcelo Ronalduxo Xavier, saiba que é um prazer imenso tê-lo em nosso plantel e em nossos corações. A família Colori agradece vosso esforço, vossa dedicação e vossa paciência.
Avante Guerreiro!



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